À noite!


A noite revela certos mistérios inerentes à nossa percepção do cotidiano. Durante o dia, somos escravos dos minutos , pois nos prendemos à dissonância de claridade que transpassa os vidros da janela .


A escuridão noturna é plena e solitária em noites de céu nublado, diferentemente de quando o céu está limpo e acompanhado dos astros.

Os mistérios , aos quais me referi , são os existentes no mundo paralelo noturno. Enquanto milhares de pessoas adormecem, em função do fuso horário, outras muitas não param a se ouvir e ficam só ouvindo o mundo tenso.


Durante a madrugada, é possível escutar com mais clareza os sons distintos, pois durante o dia “comercial ao extremo”, as pessoas mal escutam seus próprios ruídos.

Há o relógio que faz “tick-tack”, os roncos perturbados, alguns insetos que nos picam com seu barulho e zunido , pré-aviso da coceira e há ainda os que dançam nas lâmpadas. Existem ainda ruídos inexplicáveis ( deixo claro que não me refiro a sobrenaturezas ) .

Podemos ouvir cochichos pelas ruas, barulho de passos pela calçada, latidos distantes, passeio de gatos sobre o telhado e , até, ruídos obscenos. Já para quem se abstém desse prazer noturno , que muitas vezes amedronta , recomendo dormir menos uma noite e, se possível, limpar os ouvidos.

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