Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2009

Que raio de mulher!

Imagem
A Separação Ela disse adeus a mim naquela manhã azulada de dezembro. Era princípio de verão , no ar o cheiro d’água que evaporava do pequeno lago em frente ao nosso lar doce lar. Pelo menos era pra ser, mas não foi. Ou foi? Não sei dizer ao certo. Ela me deu tchau sem muitas explicações plausíveis. Só gritava aquele raio de mulher. E eu ali, jogado às moscas sem nenhuma ação e estático. As forças tinham se esvaído de mim como torneira quando abre . Tempos bons que passam. Fazer o quê? Eu poderia me questionar. Ir lá correndo atrás dela gritando : Pelo amor de Deus, volta! Volta sua sem razão. É! E ela deu jeito de voltar? Eu tentava ser ao máximo delicada com ela; as palavras, no entanto, não saiam tão poéticas assim. A raiva já tinha enraizado nossas sutilezas e eu não conseguia mais me controlar. Só o relógio fazia isso, e mesmo assim eu vivia atrasado. Era tudo problemas, milhares deles sem soluções. E o que ela resolveu fazer : FUGIR! Tão prática e tão formosa, tal como um mam

O Viamão Lotado

Imagem
Seis e quarenta e cinco da manhã, subo no ônibus mais conhecido como minhocão - a minhoca de metal - como diz O Rappa em sua música O Rodo Cotidiano, ou mais conhecido como o “Viamão Lotado”. Quase cheio, se não fosse apenas um lugar vazio na parte cruel onde ficam a maioria dos idosos em pé, enquanto o ônibus está vazio na sua traseira, não menos com uns 40 lugares a sentar em alguns horários do dia. Esse um lugar - o último restante de cor vermelha -, ao que passei não dei importância, no sentido de me ser valioso para sentar mas ser ao mesmo tempo penoso para minha mente, pois ainda acredito que os lugares com “prioridade” para idosos, gestantes, etc. devam ser respeitados, não só esses mas quando também ainda sou jovem suficiente para dar lugar aos que já cansaram ou precisam sentar . Só que eu estava ainda nas paradas iniciais de um trajeto de mais 50 minutos em seu interior rumo ao meu destino. O que fazer? O cobrador muito gentil disse a mim que não teria problema em sentar

Mundo do Trabalho - Côlonia e República no Brasil dos Trabalhadores - Parte I

O trabalho, a escravidão e o mundo dos operários, no início da industrialização, distinguem as relações de trabalho em diferentes épocas no Brasil – Colonial e Republicano -, no entanto, apresentam inúmeras características desde a mentalidade, na sua natureza social, quanto à estrutura de hierarquização entre negros escravos/libertos até o período pós-abolição. O início da industrialização e a abolição da escravatura trouxera mão-de-obra do campo liberada para as cidades, formando um mercado de trabalho com superabundância de oferta. E, na medida em que o afluxo de imigrantes chegava para reforçar o contingente de libertos e a melhoria de condições de higiene, evidenciava-se o liberto como um indivíduo despreparado para a vida em sociedade, criando divisões raciais e nacionais profundamente enraizadas na mentalidade popular.Durante a Colônia, o elemento crucial na manufatura do açúcar foram os escravos, com as condições de vida e trabalho explicando a origem da sociedade que brutaliz

Adeus, Bush! Já vai tarde!

Adeus, Bush! Já vai tarde! O típico cowboy do Texas terminou com honrarias – sapatada, uma mega crise financeira e duas guerras inacabadas ( Iraque e Afeganistão). Foi o Presidente americano mais pobre da história. Figurinha marcada em todo tipo de paródia, com direito a um filme em sua homenagem : Fahrenheit 9-11. Alvo de críticas políticas de todo tipo, Bush foi o Presidente mais tosco e alvo dos atentados terroristas mais ousados da História. Como não poderia deixar de ser, alguém que não administrou bem os seus próprios bens, falindo seus próprios negócios, não teria tino para a grande empresa governamental – deixou-a falida! O meio ambiente também agradece suas rugas extras: só faltou chover canivete em cima de Bush! Oito anos de polêmicas, mortes, fracassos, micos e desonra. Com consentimento do povo norte-americano? Bush termina seu prolongado governo ( duvidosas eleições) já tarde. Aliás, graças a Deus! Viamão, 19 de janeiro de 2008. Tamirez Paim

Barack Obama , seja bem-vindo!

Imagem
Barack Obama numa perspectiva Weberiana Seria Barack Obama o mais novo demagogo ou o novo grande líder carismático no qual a muito tempo não se via com uma tamanha dimensão internacional de apoio popular? Estaria ele vivendo DA política ou PARA a política? A visão de Weber em sua análise em A Política como Vocação ou o O Espírito do Capitalismo emerge quando uma importante figura política, advinda de parâmetros sociais adversos da cultura predominante em termos de eleições norte-americana, vislumbra e vence uma das mais importantes eleições em termos econômico e político do mundo. Na próxima terça-feira, seguindo o trajeto de Abrahan Lincoln que, antes de ser Presidente em 1861, que foi também legislador de Illinois. Obama segue em direção a Casa Branca para sua posse , da Filadélfia até Washington, no lendário trajeto de trem seguindo o mesmo caminho de Lincoln, o primeiro Presidente do Partido Republicano e o décimo-sexto na história norte-americana, um ídolo político para Oba

Quem são os terroristas?

Quem são os terroristas? O terror está solto pelas ruas, pelas capitais , por grandes aglomerações humanas, pelas redes de transportes, pelos madeireiros, pelos fundamentalistas islâmicos, pelos assassinos em série, pelos traficantes de entorpecentes, pelos ladrões de carteira e de dinheiro público, pelos seqüestradores, pelos políticos ditadores em países sem democracia, pelos policiais vendidos, pelos juízes comprados, ou seja, por muitos que transcendem o modelo árabe-fundamentalista-islâmico. A minha lista de sugestões pode aumentar ainda mais para os terroristas que assombram nossa imaginação e matam muitos e muitas coisas no decorrer de suas existências. Por isso, definir com exatidão quem são esses maléficos indivíduos é uma tarefa que até na Academia é muito discutida por tentar se definir com precisão tamanha complexidade. Antes de pensarmos nos grandes atentados mundo afora, porque não concentramos o terrorismo diário ao qual enfrentamos todos os dias. Quem dorme em paz n

Conflito na Faixa de Gaza I

A guerra é uma das desgraças que o homem inventou por capricho de privilégios, de poderes e de glórias. Almadiçoam famílias inteiras, histórias de povos e alimentam os urubus no seio da terra latente onde descansam centenas de corpos flagelados por bombas ou pelo genocídio da fome. A guerra pode ter diferentes disfarces: poucos dias, grandes matanças, lados opostos, busca por reconhecimento, cessar fogos, projéteis caseiros, mísseis nucleares. Que bom que ainda depois da Segunda Grande Guerra, ninguém mais ousou abusar deste artefato radioativo. No entanto, não é só isso que assusta ou teme a humanidade, o que preocupa em demasia agora é a grande quantidade de civis inocentes que sem rumo permanecem esquecidos entre balas perdidas do dia-a-dia a grandes explosões assombrosas que destroem suas casas e suas vidas. Guerras existem sempre, mas poucas são tão anunciadas e representadas pela mídia. O povo palestino a muitos anos clama por ajuda humanitária, melhores condições de vida e ace

Liberdade

Imagem

OSPA - construção do teatro?

Imagem
Teatro da Ospa, afinal, por Lauro Schirmer* Parece que, finalmente, vai começar a construção do há tantos anos sonhado teatro da cinquentenária Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. A Ospa, que é um dos orgulhos da capital gaúcha, fez Erico Verissimo, ao ser perguntado em palestra nos Estados Unidos de onde vinha, responder que vivia numa cidade do sul do Brasil, pequena, mas que tinha uma grande orquestra sinfônica.Isso aconteceu há mais de 40 anos, mas a Ospa continuou sua longa trajetória jamais interrompida, sem um teatro como merecia. O Theatro São Pedro, um dos pioneiros no Brasil, sempre foi uma joia rara, mas pequeno para acolher uma orquestra sinfônica ou encenar grandes óperas. Em 1937, vim a saber – ao pesquisar a vida do general Flores da Cunha –, que Porto Alegre quase ganhou uma ópera monumental, na Praça do Portão. Projetada pelo arquiteto Fernando Corona, que foi buscar inspiração no imponente Teatro Solis, de Montevidéu. Era o presente que o governador Flores da C

Casal

Imagem
Fotos por Fátima Galvão.

A arte para as crianças

Imagem
Ela estava sentada numa cadeira alta, na frente de um prato de sopa que chegava à altura de seus olhos. Tinha o nariz enrugado e os dentes apertados e os braços cruzados. A mãe pediu ajuda: - Conta uma história para ela, onélio - pediu - Conta, você é escritor... E Onélio Jorge Cardoso, esgrimindo a colher de sopa, fez seu conto: - Era uma vez um passarinho que não queria comer a comidinha. O passarinho tinha o biquinho fechadinho, fechadinho, e a mamãezinha dizia: "Você vai ficar anãozinho, passarinho, se não comer a comidinha." mas o passarinho não ouvia a mamãezinha e não abriu o biquinho... E então a menina interrompeu: - Que passarinho de merdinha - opinou. Eduardo Galeano, escritor uruguaio. ***************************************** " A esperança é um urubu pintado de verde" Mário Quintana Sem mais milongas, uma imagem e dois textos falam por mim.

Osório - Parque Eólico

Imagem
Vejam que belas fotos que minha Tia Fátima Galvão tirou em Osório . Começarei a postar fotos de amigos que acho muito bonitas .

Recompensa!

Bom, como não poderia deixar de ser , venho aqui me dar os parabéns pelas grandes conquistas que realizei nos últimos 6 meses de 2008 e início de 2009. Com a última grande estatística que eu poderia receber até o dia de hoje , completando 1 ano da grande decisão da minha vida, acho que o sorriso estampado em meu rosto traduz tudo. Mas como, você caro leitor deste singelo blog não podes me ver, venho aqui contar o motivo de tanta satisfação. Eu poderia começar o texto pelas palavras que recebi em elogio perante uma platéia de amigos, familiares e desconhecidos na minha formatura da Escola Técnica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, quando completava 100 anos de Instituição, isso que não é para qualquer curso . As palavras são da Paraninfa e Oradora da minha turma: “Inteligente, questionadora, aquela que consegue o que quer e é símbolo de humanidade.” Elogios que não são para qualquer um, concerteza! E que me enobrece por pessoas importantes na minha vida escutarem

Mário Quintana

Poeminha Sentimental O meu amor, o meu amor, Maria É como um fio telegráfico da estrada Aonde vêm pousar as andorinhas... De vez em quando chega uma E canta (Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!) Canta e vai-se embora Outra, nem isso, Mal chega, vai-se embora. A última que passou Limitou-se a fazer cocô No meu pobre fio de vida! No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo: As andorinhas é que mudam. Mário Quintana

Have you ever - Malu Magalhães

Imagem
Have you ever been in love or? Have you ever loved someone? Have you ever needed somebody but you had no one? Oh, baby, you should stay a little Have you ever been waiting? Have you ever been alone? Have you ever had a meeting and had to come back home? Oh, baby, you really should stay a little

Je suis Tamirez

Imagem
Je suis Tamirez. J'ai un bueno ...

A mulher

A mulher O corpo latejava um líquido fervido- seu sangue escarno acelerado. Não tinha razões para mentir, era verão , era boas novas. Principiar de um novo ano, talvez o último de muitos tristes. Tinha motivos para se levar, desligar-se do áspero vazio da espera. Não buscava encontrar-se com a saudade, ela era fria e doce ao mesmo tempo. Pontadas, como facas, que atravessavam o peito erguido diante das mais corajosa impressão, marcada na pele, guardada na memória. Não abria a porta da esperança, o vulto sombrio dela poderia vir lhe abraçar e seria tarde demais para se entregar aos seus encantos malignos. Doce sereia rodeada de flores era ela, tempestuosa como uma chaga aberta ou graciosa com uma migalha de lembrança. Aquelas gralhas famintas lançavam-se na esperança de lhe provar-lhe, ao menos, sentir o aroma do perfume primaveril na seca rastejante dos seus corações. As lágrimas eram secas, regadas de ódio. Eram perversas. O desespero. O medo. O receio. Os pés.

erudita solidão

Caminhava pelas ruas escuras daquele mundo erudito, seus sentidos o levavam ao caminho delinear corpóreo daquela mulher . Não havia escolha, seu organismo desejava arduamente a provocação dos seus sorrisos nus. Os seus fios a bailar como o revoar nas folhas da primavera ventosa. Era noite. Era doído. Era a neblina a cair e a subir o ressonar das mágoas sublinhas . Era todo encarnação - propósitos indiscretos da juventude. Sentia a raiva secreta da mentira. O medo profundo dos seus temores. As possibilidades extinguiam-se. Os corvos já caminhavam ao lado seu. Ela era a causa mórbida da desgraça. Era algo secreto na imensidão da visão. Poderia ver o mundo, mas não desejava vê-la na consciência madura dos seus instintos. Seus passos se alargavam pelos pedregulhos do cascalho. A luz amena refletia a sombra das grandes árvores. Pensava nos desvarios travessos praticados no culme do alvorecer vazio da sua paixão solitária - reflexo dos atos insolentes eivados de receio amargo de vergon
Imagem
Meu coração está em desespero sem razão. Está sucumbido em cárcere sem culpa. Está arrasado sem ofensa. Está ansioso sem espera. Está temido e tímido, acanhado nos seus segredos, recheado dum mistério lilás sem chave-mestra. Está ali, assustado sem medo. A guerra é a maldição da humanidade.

Intermitência do pavor...

Imagem
O cenário dos meus sonhos de Guerra acontecem no alvorecer do horizonte , na vista distante que vejo do alto do meu sítio. O sonho que tive esta noite iniciava lá. Percebi no entardecer um grande avião branco voando em círculos , acompanhado de mais um menor preto que o seguia e outro que o rodeava. Rapidamente, chamei meu pai para ver aquilo tão fora do comum e absurdo naquela ocasião. Não tardou muitos minutos, tivemos que nos esconder rapidamente para dentro da casa. Fechei as janelas dos quartos num desespero súbito de pavor. Bombas e explosões podíamos ouvir. Não tínhamos para onde correr. Estávamos ilhados dentro de nosso próprio lar. Certo momento, consegui ver tudo que acontecia no horizonte daqueles barulhos que amedrontavam até a alma mais calma. Era tudo escuro por imensas nuvens prateadas de horror. Nuvens menores acompanham o avermelhado das explosões. Pretume no céu, tiros e desgraça, homens fardados com roupas cinzas. Era uma catástrofe. Aproximava-se com tamanha ve

Jaz a pomba...

A paz, algo buscado pela eternidade. A paz de espírito, algo buscado pela vida indigna. A pomba da paz – morta, jogada à relva-, assassinada pelos dias nebulosos da incapacidade viva de equilibrar a ganância e a virtude. O sangue sujo das pombas mundanas suja o mundo com seu suor infestado de praga. A pomba da paz jaz. Branca : escamada de desgraças. Ela morreu. Sua alva brilha como lembrança de um povo dominado pelo tempo curto entre viver, ganhar e matar. Homem que floresce da podridão dos tempos vazios e que convive com as pombas mundanas dos centros dos seus cemintérios internos, onde jaz também sua paz.