Inspiração Árabe - devoção ao mestre.


Depois de tanto olhar, de tanto crer ter encontrado, mal ela sabia que aquele novo ano na sua vida a traria a visão do seu ideal. Se é que ideal existe. MAs , tudo bem! Ela contentava-se já com as grandes características que notava nele ao olhar , ao falar, ao fazer-se notar.
Sim, ele era perfeito. Mesmo as imperfeições, faziam dele algo distinto, exótico, inspirador. Sim, ela sabia: " Era ele"!


Ela mal podia crer que ele seria seu mestre. Sim, mestre das suas mais loucas alucinações. "Meu Deus", pensava ela... isso é o caminho do pecado. Sim, seja firme, já que está no inferno, vá ao abraço do capeta. E , era só ele abrir os braços pra mim, que eu iria com tudo ao encontro dele, arder nas chamas do desejo, revirarme nas brasas ditas da paixão, salientava ela.


Seu cabelo preto, seus traços árabes, seu corpo divino, suas mãos inquietas, seus lábios que se apertavam um no outro , sim, aquilo tudo me levava ao meu nirvana inspirador. Ha!, e como deixar de notar suas roupas de homem, sim, de um homem. E , era isso que eu precisava. Um homem, um homem astuto.


Ela poderia imaginar cada botão daquela camisa e de como faria para abri-la. Sim, ela desejava arrancar com os dentes aqueles botões. E não havia outra possibilidade a não ser imaginar : "Como desejo arrancar aqueles botões!". Enfim, a distância que os separava era um pouco grande e temida .


O seu nome, sim, seu nome. Não havia de ter nome mais original. Um nome forte, um nome um pouco árabe. Sim, ela tinha alucinações árabes. E isso sempre a cativou desde criança. Agora, ela era uma moça, uma moça não, já era uma mulher. E essa mulher que aflorava nela era / é a mesma que o deseja como homem.

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