TROVA FIADA - pequeno conto
Estou sedenta por novidades, pensava ela irradiando curiosidade no corpo. Escorada no balcão da loja de móveis, onde trabalhava não fazia 1 ano, sabia que era tempo suficiente para renovar o rumo das coisas. Mas alguém havia escutado suas lamúrias juvenis, achou logo a vítima com um piscar de olhos e a puxou para si. Então ela falou-lhe se abanando:
- Estou louca por novidades, coisas novas.
- O que tens, guria? Que estás a falar aí pelos cotovelos, sussurrando sozinha?
- Estou cansada das mesmas coisas TODOS os dias. Falta-me algo no corpo, algo no ego. Falta algo, sinto isso.
- E o que tu queres que eu faça por ti?
- Nossa! Que falta de espírito! Eu queria sair, conhecer gente nova, ter idéias! Queria novidades!
- Arrume o que fazer então, isso é falta de ocupação. Vai trabalhar!
De cara taxa, a vítima acabava de matar-lhe os suspiros da manhã. Agora ela própria confundia-se com a cena do crime. Estirada na lama, como um animal morto na estrada, o drama que criava da própria vida chegava em alguns momentos a bizarrices cotidianas.
Tamirez Paim,
Viamão, 17 de agosto de 2009.
- Estou louca por novidades, coisas novas.
- O que tens, guria? Que estás a falar aí pelos cotovelos, sussurrando sozinha?
- Estou cansada das mesmas coisas TODOS os dias. Falta-me algo no corpo, algo no ego. Falta algo, sinto isso.
- E o que tu queres que eu faça por ti?
- Nossa! Que falta de espírito! Eu queria sair, conhecer gente nova, ter idéias! Queria novidades!
- Arrume o que fazer então, isso é falta de ocupação. Vai trabalhar!
De cara taxa, a vítima acabava de matar-lhe os suspiros da manhã. Agora ela própria confundia-se com a cena do crime. Estirada na lama, como um animal morto na estrada, o drama que criava da própria vida chegava em alguns momentos a bizarrices cotidianas.
Tamirez Paim,
Viamão, 17 de agosto de 2009.
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