ÍNDIOS MODERNOS - DIA DO ÍNDIO


Dia 19 de abril foi Dia do Índio e eu jamais poderia deixar de escrever algo em relação a isso, pois desde pequena me interesso pelo assunto e considero e eleva importância a preservação desse povo que também é brasileiro ou teve que se tornar.

A realidade é visível e cruel para a essas populações que descendem de muito antes da maioria de nós, pós-Cabral, frutos da imigração de diferentes etnias. Aliás, somos hoje também essa mistura de raças e credos. É egoísta de nossa parte achar que eles são seres HUMANOS brasileiros diferentes de nós.

Certa vez, não faz muito tempo, caí numa piadinha bem banal, jurando eu se tratar de índios brasileiros, e eram aqueles americanizados índios de bang-bang que agora se apresentam no centro de Porto Alegre, não sei a origem verdadeira deles, mas me nego a ver aquilo. Quando penso que a arte indígena, ali expressada naqueles pequenos animas esculpidos em madeira ou colares, muitas vezes até feitos por outros artesões não pertencentes da cultura indígena diretamente, ali no chão expostos ao público da Capital são desprezados, como se fossem mendicância, corrói-me em pensamentos azedos sobre a imagem que as pessoas tem em geral dos nossos índios.

Estou a tratar dos nossos índios que estão abandonados nas Reservas Indígenas, pelas estradas, pelas ruas da Capital. Os índios modernos – em relação a seus antecessores, que não usam mais penas pelo corpo ou desenhos tribais –, são os índios que vão à escola, que usam roupas, que gostam de sorvete, que assistem à televisão, etc... São desses que quero escrever.

Até 50 anos atrás, sim , muitos viviam ainda reclusos na mata, preservados nos seus costumes e na suas crenças. O homem branco, como se referem na maioria das vezes, foi quem assolou-os nas suas misérias. Não falo tão somente de há 500 anos atrás, digo agora em relação à introdução de nossos hábitos ocidentais tão ferozmente na cultura indígena brasileira. Agora, os índios modernos também querem seus direitos sociais, muitos, aos poucos evidentemente, estão a crescer e a introduzir nos seus compatriotas o beber desses mesmos ideais – vida digna a todos.

Eu teria muito pano pra manga para abordar cada um dos tantos problemas enfrentados por um desses pedaços que constituem a sociedade brasileira. Ou alguém ainda acha que eles não são parte dela?

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