Casar de Noivinha

Não digo que mintas a mim,
Mas não traias tuas palavras.
Quando dizes que queres só a mim,
Perceba a grandeza da tua audácia.

Por mais que a ausência se faça bandida,
E meu corpo reaja fulgante as intempéries da tua chegada.
Ainda assim, ages como se a “paz” tivesse chegado,
Numa utopia cheia de obstáculos.

Ouço vozes de estranhos, ouço louvores de meu corpo.
Penso, raciocínio malvado de minhas loucuras,
Que sonho e delírio são obra do divino espírito santo.

Pois dor nas idéias é a pior coisa que há,
Porque palavras "(mal)ditas" e atitudes esquisitas
São venenos a corações de meninas.

Por isso diga palavras sérias,
A um rebelde coração de guria,
Que a cada dia te quer mais
Como quem quer casar de noivinha.

Porto Alegre, 16 de março de 2009.

Tamirez Paim