Poema das Despedidas I

Está chegando o outono.
Os cães começam a se arrepiar,
No sereno, pelo campo, ao raiar.
O mato começa a secar,
E as folhas despedem-se do seu verde a salivar.

O céu começa a se acinzentar,
E os pássaros a não mais cortar
As nuvens no deleite do seu voar.
E o vento, com seus uivares adormecidos,
Brota, nos núcleos da infância, os medos passivos.

É tempo de se preparar!
As formigas já começam a se resguardar.
Os lobos temem as nevascas a se aproximar.
E a fome, maldição da humanidade,
a pairar no estômago vazio da modernidade,
que ainda sonha que pode cantar.

Fecha o portão, vivente!
Aproveita ainda o pouco de vida que te sobras.
O frio se aproxima e é tempo de rezar.

:::::::: tamirez paim:::::::::::

Comentários

Lindo poema Tamirez!
Se as folhas caem no outono e o calor do verão é gradualmente substituído pelo frio do inverno que está por vir isto só quer dizer que em breve novas flores nascerão e as árvores darão frutos. E o verão que agora se despede estará de volta para recomeçar o ciclo.
Pois o tempo é uma roda: tudo que vai volta e a natureza sempre se renova...
E se o outono é tempo de se separar é porque haverá um tempo de se reencontrar, pois tais despedidas não significam "adeus", apenas "até logo"...
Continue escrevendo Tamirez!
Beijos, e até a próxima...
Tamirez Paim disse…
Oi, Guga! Lindas são tuas palavras acerca do meu poema. Obrigada pelas generosas palavras. Abraços!

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