Prova Brasil e a Situação Educacional
Escutando a Band News hoje , sagradamente as 7 horas todas as manhãs, comentou-se sobre o índice de crianças e jovens fora da sala de aula. Ou pelo motivo de ter que trabalhar para complementar a renda familiar e matar as respectivas fomes, ou porque não há vagas na rede de ensino público no país. Totalizando em torno de 17 milhões de pessoas, o que é mais ou menos a metade da expectativa da população da Argentina, isso é o reflexo da latrina social que a população está à mercê. Esses comentários vieram acrescidos do Prova Brasil – política educacional para aumentar os números nos índices de qualidade de ensino no país.
O Prova Brasil , criado com o intuito de aumentar a nota dos estudantes frente a índices de padrão internacional, tentando, veja bem, colocar o Brasil numa situação mais popular, podemos dizer, já começou mal intencionado. Por quê? O governo entregou nas escolas cartilhas prontas, com aulas prontas, com matérias selecionadas aos professores se filiarem somente àquilo para os alunos no final do ano prestarem as provas baseadas nessas cartilhas enviadas pelo governo. É abitolação total! É manipulação da informação! É proibição do senso crítico do docente. É a falsa impressão de ter aprendido!
O Ministro da Educação pronunciou-se semana passada, não lembro direito o dia e escutei no rádio, justamente falando sobre o Prova Brasil. Invocando professores a darem aulas extras, às famílias a irem à escola participar junto com a educação dos seus filhos. Prometendo mundos e fundos para uma educação proletária abandonada . Porém, esqueceu de anunciar medidas como aumento do vencimento e de benefícios aos professores, infra-estrutura nas escolas para esses jovens terem acesso ao ensino público. Só faltou me dizer que os professores tinham a missão de educar por generosidade.
Qual a grande sacada do governo com esse Prova Brasil? Aumentar os índices escolares de maneira desleal. É fato já que as crianças na idade de aprendizagem do Ensino Fundamental não acompanham as respectivas modalidades de ensino. São fracas em conceitos rudimentares de Português e Matemática, na maioria dos casos em proporções de 80 a 90 %. Se fizermos um recorte mais profundo dessa situação, o que iremos encontrar? Famílias pobres, crianças mal alimentadas, pais pouco instruídos, escolas abandonadas. Ou seja, a situação, meu amigo, é precária. Nas cidades grandes ainda há escolas razoáveis, municípios mais ricos. E os outros tantos mil?
A Educação Infantil, prioritariamente, e o Ensino Fundamental são encargos dos Municípios. Os Estados entram com o Ensino Médio . Isso é tudo norma constitucional. Se o Município já é pobre, agora imagina a educação dessas crianças nesses locais? Não há vagas no Ensino Médio suficientes. Eles só não oferecem mais vagas no Ensino Médio porque não é um direito subjetivo tal como o Ensino Fundamental. Daí para esconder essa crise no sistema educacional , que se prolonga a décadas, criam esses tapa-buracos de Prova Brasil e , ainda por cima , colocam a culpa professores se não dá certo.
As soluções para isso tudo já viraram profecia do cotidiano. Repete-se todo ano em março: alunos não têm como chegar na escola, pois a região carece de transporte público , e não é o Município munido de transporte escolar . Daí esses Municípios pedem dinheiro para o Governo do Estado e ficam nessa briga de quem de fato é a culpa... passam-se as semanas e são os nossos próprios filhos que ficam à mingua sem estudar. Se esse Prova Brasil surtirá efeitos positivos no futuro, esperarei para poder explicitar minhas impressões , certificar aquilo que eu disse ou me calar. Mas, dezete milhões sem estudar por causa dessas políticas recessivas , poupem-me das desculpas borocochas.
Viamão, 19 de fevereiro de 2009.
O Prova Brasil , criado com o intuito de aumentar a nota dos estudantes frente a índices de padrão internacional, tentando, veja bem, colocar o Brasil numa situação mais popular, podemos dizer, já começou mal intencionado. Por quê? O governo entregou nas escolas cartilhas prontas, com aulas prontas, com matérias selecionadas aos professores se filiarem somente àquilo para os alunos no final do ano prestarem as provas baseadas nessas cartilhas enviadas pelo governo. É abitolação total! É manipulação da informação! É proibição do senso crítico do docente. É a falsa impressão de ter aprendido!
O Ministro da Educação pronunciou-se semana passada, não lembro direito o dia e escutei no rádio, justamente falando sobre o Prova Brasil. Invocando professores a darem aulas extras, às famílias a irem à escola participar junto com a educação dos seus filhos. Prometendo mundos e fundos para uma educação proletária abandonada . Porém, esqueceu de anunciar medidas como aumento do vencimento e de benefícios aos professores, infra-estrutura nas escolas para esses jovens terem acesso ao ensino público. Só faltou me dizer que os professores tinham a missão de educar por generosidade.
Qual a grande sacada do governo com esse Prova Brasil? Aumentar os índices escolares de maneira desleal. É fato já que as crianças na idade de aprendizagem do Ensino Fundamental não acompanham as respectivas modalidades de ensino. São fracas em conceitos rudimentares de Português e Matemática, na maioria dos casos em proporções de 80 a 90 %. Se fizermos um recorte mais profundo dessa situação, o que iremos encontrar? Famílias pobres, crianças mal alimentadas, pais pouco instruídos, escolas abandonadas. Ou seja, a situação, meu amigo, é precária. Nas cidades grandes ainda há escolas razoáveis, municípios mais ricos. E os outros tantos mil?
A Educação Infantil, prioritariamente, e o Ensino Fundamental são encargos dos Municípios. Os Estados entram com o Ensino Médio . Isso é tudo norma constitucional. Se o Município já é pobre, agora imagina a educação dessas crianças nesses locais? Não há vagas no Ensino Médio suficientes. Eles só não oferecem mais vagas no Ensino Médio porque não é um direito subjetivo tal como o Ensino Fundamental. Daí para esconder essa crise no sistema educacional , que se prolonga a décadas, criam esses tapa-buracos de Prova Brasil e , ainda por cima , colocam a culpa professores se não dá certo.
As soluções para isso tudo já viraram profecia do cotidiano. Repete-se todo ano em março: alunos não têm como chegar na escola, pois a região carece de transporte público , e não é o Município munido de transporte escolar . Daí esses Municípios pedem dinheiro para o Governo do Estado e ficam nessa briga de quem de fato é a culpa... passam-se as semanas e são os nossos próprios filhos que ficam à mingua sem estudar. Se esse Prova Brasil surtirá efeitos positivos no futuro, esperarei para poder explicitar minhas impressões , certificar aquilo que eu disse ou me calar. Mas, dezete milhões sem estudar por causa dessas políticas recessivas , poupem-me das desculpas borocochas.
Viamão, 19 de fevereiro de 2009.
Comentários
Já é sabido que um país que não cuida da educação não vai pra frente. Mas pra quê investir em infraestrutura, melhorar a educação de fato se com um Prova Brasil desses se pode aumentar os números (sem aumentar a qualidade) e melhorar a imagem do governo? Semelhante a esse programa tosco é o já famoso REUNI, que quer inchar as já saturadas universidades públicas sem melhorar a estrutra física ou educacional.
Ótimo texto Tamirez, parabéns!
Beijo!