Há Tesouros na Praça - EXISTE SANTO DO PAU OCO?

A expressão é usual, mas as pessoas pouco sabem o verdadeiro motivo disso. Até a própria História não afirma concretamente. Acredita-se, pela cultura popular, que o “santo do pau oco” é aquela pessoa desvirtuada dos preceitos morais e da boa fé. Em verdade, existem sim santos de pau oco os quais eram talhados em madeira na época das Missões Jesuíticas, no Rio Grande do Sul, pelos índios catequizados. Por isso, a expressão ganhou a caracterização popular nomeando aqueles que aplicam golpes de “santo do pau oco”.

No último dia 28 de agosto, estive visitando o Museu Júlio de Castilhos, a instituição musiológica mais antiga do Estado, em Porto Alegre. Lá, na seção destinada à história das Missões, a escultura do Santo São Francisco Xavier, talhada em madeira pelos índios, exemplifica o porquê dessa expressão que usamos às pessoas caloteiras. As imagens dos santos possuem cavidades interiores, ou seja, buracos proporcionais ao tamanho de partes das estátuas.

As teorias acerca das prováveis hipóteses para o santo ser de pau oco são várias. A primeira é que os buracos eram usados para esconder os metais preciosos pertencentes aos jesuítas, ainda mais quando viajavam, a fim de enganar os ladrões. A segunda provável hipótese era que os padres jesuítas se escondiam atrás das estátuas, ou seja, ficavam dentro das cavidades internas, escondidos dos índios, proferindo evangelhos com o intuito de impressioná-los. A terceira baseava-se no fato de, como eram talhadas em madeira maciça, retirar a parte interna da estátua dando mais leveza e possibilitando mobilidade maior às estátuas.

A cultura popular se perpetua na História, não restam dúvidas. Não é por nada que as expressões surgem no nosso linguajar. O interessante é aprendermos o porquê das coisas. E há coisas novas em todos os lugares para conhecermos. Essa, a do “santo do pau oco”, eu achei muito legal. Não conhecia esses santos ocos por dentro de verdade. Agora já podemos imaginar melhor os motivos do santo ser oco, além daquele de ser caloteiro!

Tamirez Paim, 3 de setembro de 2009.

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