Foto 26 - Cemintério dos Vivos
Fotografia Tamirez Paim - 29/03/2009
Postagens
Poema: O Resumo de Minha Vida
Não é o tempo que passa, É ele que passa por mim. Não é o sono que passa, Sou eu que me faço dormir. Não é o medo que me arrasa, É a vida que se declara. Não sou eu quem cansa, É meu corpo que descansa. Não é a minha alma que morre, É a minha vontade que finda. Não é o amor que me abala, É a saudade que em si se faz resumida. Viamão, 28 de março de 2009. Tamirez Paim
Fora Yeda - movimento estudantil - caras pintadas!
Foto de Débora Birck Tive a honra de participar da passeata estudantil contra o governo da Yeda, pois considero a juventude uma forma explícita de mostrar à sociedade que algo vai mal. Foi massiva a participação não só de universitários, mas de alunos do Ensino Médio Estadual, pelo que meus olhos observaram. Eu estava no centro de Porto Alegre, num dos edifícios da Av. Salgado Filho, quando comecei a escutar os gritos da manifestação popular. Isso vem como música aos meus ouvidos, porque acredito ser importante pessoas assumirem esses papéis e contestar o que está acontecendo com nosso Estado, ou seja, nosso dia-a-dia. O que esse governo está fazendo com a educação do nosso Estado é sem precedentes. Um momento que guardarei sempre na memória foi quando nós , todos juntos de mãos dadas, cantamos o Hino Rio-Grandense. O coro de todas nossas vozes ecoando no Centro de Porto Alegre foi uma demonstração de perseverança. Mostra que temos coragem de evocar a garra e lutar por objetivos...
Orgulho e Preconceito
Seria insuportável para mim não expressar o que esta história causou –me por hora. Simplesmente, a conduta e a seqüência dos fatos, entre Elisabeth e Darcy, deixaram-me profundamente realizada e , ao mesmo tempo, insatisfeita . Se a vida fosse esse emaranhado de complexos e de simples conhecimentos mútuos, sem a vergonhosa manifestação indesejável dos corpos, talvez vivêssemos amores mais plenos e mais carnais. Porque o corpo é mero acaso do distinto sentimento de negar e depois amar. Não entendo se minhas palavras produzem um efeito congruente, mas o lirismo e a suavidade dos fatos é que transformam o encontro em paixão, como mostra o filme. Devo dizer que estou encantada com a história.
Sobre a Palavra Barbárie
Alguém já parou para pensar no significado da palavra barbárie? A palavra barbárie advém dos Bárbaros – homens fortes e grandes que invadiam as cidades roubando as mulheres e destruindo tudo que viam -, mas essa palavra pode ter outros significados , tanto positivos quanto negativos. Barbárie é ao mesmo tempo algo que deslumbra as pessoas com a sua ousadia como também assusta com sua brutalidade. “ Báh, que barbaridade!” – expressão do gaúcho, mostra-nos um lado perturbado de uma situação, mas se dizemos : Que coisa bárbara!, logo pensamos : Que coisa maravilhosa é essa? . Um exemplo absurdo , mas, melhor ilustrativo, impossível, foi o 11 de Setembro , quando os aviões-bomba colidiram com o World Trade Center , em Nova Iorque, em 2001. As pessoas que, ao mesmo tempo olhavam barbarizadas com aquela situação de desgraça e grandiosidade, ao mesmo tempo estavam bárbaras pensando como alguém teve coragem de fazer aquilo e permaneciam fitas à televisão , em rede “ao vivo”, estavam desl...
Caros leitores,
Caros leitores, Durante a semana que nasce, prevejo estar entrando em uma etapa em que o tempo me come os segundos que asseguram um objetivo. Talvez, falte-me tempo para até respirar, o que não significa que a faço por sacrifício. Porque na vida, e não na fantasia, não há sonho sem treinamento nem treinamento sem sonho que funcione ou dê certo. Estou convicta de que poucas coisas na vida dão tão certo quanto aos objetivos que traçamos com muito cálculo e muita vontade. Noto que as coisas se somam quando deveriam reduzir-se. E, para quem é fraco, é muito fácil persuadir-se com aquilo que não é pertinente em tal momento da vida. Se metas dão certo? Se não existe ciência sem risco; sonhos , também não.
É hora de voltar sozinho...
" _ Doutor Breuer, essa hora foi curta demais. Estou ávida por mais um pouco de seu tempo. Posso caminhar com o senhor de volta ao hotel? O convite impressionou Breuer pela ousadia, masculinidade; entretanto, dos lábios dela, soava como normal, não afetado - a forma natural como as pessoas deveriam conversar e viver. Se uma mulher aprecia a companhia de um homem, por que não lhe dar o braço e pedir para andar com ele? Contudo, que outra mulher sua conhecida teria proferido essas palavras? Estava diante de uma espécie diferente de mulher. Aquela mulher era livre! _ Jamais lastimei tanto declinar um convite - disse Breuer, puxando o braço dela para mais perto dele -, mas é hora de voltar, voltar sozinho. " Fragmento do Capítulo 1 Quando Nietzsche Chorou Irvin D. Yalom
Roda-Viva Infantil
U m a s r o d a m p e ã o . O u t r a s r o d a m c i r a n d a . Algumas rodam tanto, acabam rodando bolsa. Viamão, 18 de março de 2008. Tamirez Paim A pensar: A infância é colorida, por isso as letras cada uma de uma cor simbolizando as brincadeiras infantis e a criatividade dos pequenos. No entanto, nem sempre todos têm a sorte de ter um lar e uma família, o que os obriga muitas vezes a entrar no mundo adulto dos pesadelos. Logo, a cor cinza indica a obscuridade de uma vida que não mais se prenuncia, já é viva.
Mundo Porcaria
Não me bastasse saber que , em dias de sexta-feira 13 , em rituais de magia negra, algumas pessoas costuram a boca de gatos pretos com o nome da pessoa escrita num pedaço de papel e colocam dentro deles antes de tal costura, para morrerem de inanição e junto, simbolicamente, exalar desgraça para a vida alheia. E isso aqui em Viamão e em Porto Alegre. Não em bastasse saber que só em Viamão há cerca de 2.500 cães abandonados pelas ruas, sofrendo de maus tratos e fome , como também viroses e estupros públicos de manadas de cães em volta de uma única cadelinha no cio, aumentando essa população de rua. Agora essa foto de um cão ( poderia ser até um outro animal, não excluindo jamais a crueldade com que nós humanos carnívoros ambiciosos e racionais usufruímos da seção de carnes resfriadas do supermercado) sendo usado como isca de baleia. Não me bastasse saber que as baleias estão em extinção, e que as poucas que restam nos vastos oceanos são devoradas, assim como grupos inteiros de golf...
Casar de Noivinha
Não digo que mintas a mim, Mas não traias tuas palavras. Quando dizes que queres só a mim, Perceba a grandeza da tua audácia. Por mais que a ausência se faça bandida, E meu corpo reaja fulgante as intempéries da tua chegada. Ainda assim, ages como se a “paz” tivesse chegado, Numa utopia cheia de obstáculos. Ouço vozes de estranhos, ouço louvores de meu corpo. Penso, raciocínio malvado de minhas loucuras, Que sonho e delírio são obra do divino espírito santo. Pois dor nas idéias é a pior coisa que há, Porque palavras "(mal)ditas" e atitudes esquisitas São venenos a corações de meninas. Por isso diga palavras sérias, A um rebelde coração de guria, Que a cada dia te quer mais Como quem quer casar de noivinha. Porto Alegre, 16 de março de 2009. Tamirez Paim
Poeminha para alguém especial III
( Para a amiga Ana) Pretendo conter-me Para não deixar de viver a vida Como ela merecidamente deve ser vista Pelos meus olhos negros Sou mulher Dizem dela És ela – mulher de garra Devo deixar-me levar Na amizade sincera De boas companhias Minha amada filha Sou mulher Dizem dela És ela – mulher de garra Tenho me deixado Nas graças e frases Escritas por aí No cotidiano de minha vida Sou mulher Dizem dela És ela – mulher de garra Amada e destemida Minha amiga querida Grande é teu legado De ternura e ousadia
Poema das Despedidas II
( Escrito baseado na história de amor da amiga Grazi) É tão triste a despedida Na pecaminosa ausência de nós mesmos, Nos pensamentos alegóricos do sonho , Na fantasia imaculada do improvável, No contexto inexato da esperança . Quando o fim começa desde o certo do início, E o que temos a fazer é aguardar o tempo Na ida sem volta das asas de metal, Não há minuto sem angústia, Não há voz sem saudade . Os dias passam, Como correm as crianças na calçada. Minha respiração soluça, Como no susto de nossas sombras . Lembra aquela vez? Ficarei sem você ... ::::::: tamirez paim :::::::::
Poema das Despedidas I
Está chegando o outono. Os cães começam a se arrepiar, No sereno, pelo campo, ao raiar. O mato começa a secar, E as folhas despedem-se do seu verde a salivar. O céu começa a se acinzentar, E os pássaros a não mais cortar As nuvens no deleite do seu voar. E o vento, com seus uivares adormecidos, Brota, nos núcleos da infância, os medos passivos. É tempo de se preparar! As formigas já começam a se resguardar. Os lobos temem as nevascas a se aproximar. E a fome, maldição da humanidade, a pairar no estômago vazio da modernidade, que ainda sonha que pode cantar. Fecha o portão, vivente! Aproveita ainda o pouco de vida que te sobras. O frio se aproxima e é tempo de rezar. :::::::: tamirez paim:::::::::::
Poeminha para alguém especial II
( para meu desejo mais cruel ) Assusta-me, como o arrepio esparso, Que percorre o corpo em dias calmos. Leva-me, não como a chuva que trava Os corpos nos sobrados, e sim Como os passos apresados de quem leva a vida A conta e risco de se molhar. Venera-me , como quem devota ao Santo pecando. Ama-me, como quem ama a si. :::::tamirez:::::::::::
Poeminha para alguém especial I
Por que tua "ausência" me faz falta? Se, nem ao menos, posso ver-te, Para dar razão a essa vontade Que irradia vida em minha alma. Assustando-me com carinho Na loucura das tuas palavras. :::::tamirez:::::::