Conflito na Faixa de Gaza I

A guerra é uma das desgraças que o homem inventou por capricho de privilégios, de poderes e de glórias. Almadiçoam famílias inteiras, histórias de povos e alimentam os urubus no seio da terra latente onde descansam centenas de corpos flagelados por bombas ou pelo genocídio da fome. A guerra pode ter diferentes disfarces: poucos dias, grandes matanças, lados opostos, busca por reconhecimento, cessar fogos, projéteis caseiros, mísseis nucleares. Que bom que ainda depois da Segunda Grande Guerra, ninguém mais ousou abusar deste artefato radioativo. No entanto, não é só isso que assusta ou teme a humanidade, o que preocupa em demasia agora é a grande quantidade de civis inocentes que sem rumo permanecem esquecidos entre balas perdidas do dia-a-dia a grandes explosões assombrosas que destroem suas casas e suas vidas.

Guerras existem sempre, mas poucas são tão anunciadas e representadas pela mídia. O povo palestino a muitos anos clama por ajuda humanitária, melhores condições de vida e acesso a bens tão ocidentais quanto orientais : dignidade! No vigésimo primeiro dia de confronto pesado e mais de 1.000 mortos na Faixa de Gaza e mais de 5 mil feridos, esses são números passíveis entre aspas de contagem, mas concerteza a quantidade deve ser maior. É certo que nesse confronto ambos lados possuem suas culpas e suas conseqüências. Numa população tão carente como a Palestina, que ainda é, por conseguinte, representada por um grupo radical islâmico que nem sequer aceita a existência do Estado de Israel, é preocupante concerteza o nível de violência em resposta a tão grave impasse entre ambos.

O povo palestino concentra umas das maiores populações do mundo dentre refugiados que vivem ainda em campos e estão igualmente espalhados por diversas localidades mundo afora. Acredito que todos devam ter seu espaço, sua pátria. E que, numa região tão assombrada por disputas fronteiriças e terrorismos que exortam um modelo mundo afora, é extremamente preocupando esses impasses seculares na região. Apesar da exagerada intervenção israelense na região de Gaza, e sem contar o massacre civil que é o que mais angustia e preocupa , ela nada mais faz que proteger o seu território e sua população que foi autorizada por uma grande parte das Nações após a II Guerra Mundial e “legitimada” para tal.

A imprensa divulga informações muitas vezes controvérsias, até porque a maioria possui grandes interesses e são proprietárias dos grandes meios de comunicação. A verdade é que as informações chegam distorcidas e só vêm até nós se trazem grandes benefícios a quem as divulga. Por se tratar de um Estado poderoso, como é o de Israel, contra os palestino que a dezenas de anos lutam também por tais direitos,a começar por sua dignidade, é que lembramos que não só nessa região acontece, aconteceu e acontecerá esse tipo de massacre, pois a África está lá esquecida e ninguém faz nada. Talvez os líderes europeus idealizem grandes vantagens num povo qualquer se autodestruir, mais imigrantes para a Europa? Negativo. Temos que barrar, pensa a Comunidade Européia. Agora, esse massacre na Faixa de Gaza é um desrespeito mundial um líder não manifestar seu desapreço a tal situação. Mil mortos, um número incrível, mas milhares por dia dentro de um continente, talvez seja aceitável não dar palpites.

A guerra até nesse ponto consegue se vestir de ideologias e movimentos prós e contras. Toda essa bolha continua a crescer e mais mortos virão. Os erros existem, e quem nessa história está correto com suas atitudes? Alvos mirados muitas vezes estão incorretos. Ponto negativo para Israel que atingiu a própria Nações Unidas, queimando estoques de remédios e alimentos, sendo o próprio exército israelense e o governo a muito tempo fecharam as fronteiras para os pobres coitados ilhados dentro do conflito. Não sei o desfecho desse conflito, mas sei de muitos outros que acontecem todos os dias e ficam escondidos dos nossos olhinhos alienados. Não importa se sejam palestinos, israelenses, árabes, turcos, africanos em geral ou brasileiros, todos fazem parte de uma mesma nacionalidade que é a humanidade e disso ninguém pode negar ou atear fogo.

Viamão, 16 de janeiro de 2009.
Tamirez Paim

Comentários

Tamirez,
Excelente diagnóstico do conflito! Tenho vários comentários a fazer a respeito, mas vou em ater a um único ponto: na Segunda Guerra Mundial a Alemanha Nazista matou mais de 6 milhões de judeus em campos de concentração, o que ficou conhecido como O Holocausto. Hoje, os descendentes dos mesmos judeus usam suas forças armadas em uma ofensiva contra palestinos ilhados em um pequeno território e em 3 semanas já mataram mais de 1000 pessoas, entre elas mulheres e crianças inocentes. Será que alguém do governo de Israel responderá por crimes de guerra? Sinceramente acho que não, porque na guerra a verdade é sempre do vencedor.
Por enquanto é só...
Excelente texto, continue assim!
Beijos!
Tamirez Paim disse…
Concerteza, o massacre de judeus é algo inquestionável e muito cruel. No entanto, não esqueçamos que durante 300 anos foram os negros que foram também dizimados e escravizados de forma tão brutal. Não importa quando ou quanto, a questão é que isso é algo medíocre e inaceitável.

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