A sorte existe ou nós somos sempre os donos do livre-arbítrio?

Existe a sorte ou somos nós os donos do livre-arbítrio?


Muitos filósofos julgam o livre-arbítrio, capacidade de o ser humano escolher suas próprias decisões, como a resposta para o rumo e a trajetória ao longo da história de nossas vidas. Outros falam de sorte – a popular luz do além , ou mão de Deus. Mas será que , em vez de uma anular a outra, elas não seguem juntas como um complemento no resultado final que conhecemos todos os dias quando pensamos : “ Se eu tivesse ido por aquela rua, se eu não tivesse dito aquilo, se eu tivesse mais alguns minutos...”. Ou seja, o livre-arbítrio e a sorte caminham lado a lado ou não se relacionam?


Todos os dias nós enfrentamos desafios de pequeno, de médio ou de grande porte. Na maioria das vezes, nós ficamos receados quanto à decisão que tomamos. Outras são tão inconscientes que nem sequer paramos para refletir sobre o assunto. No final das contas, ou nos engrandecemos com os resultados, ou nos decepcionamos com a realidade. No entanto, isso entra na parte da nossa capacidade de escolher - nossa liberdade de decisão - pois analisamos pelo viés que é familiar aos nossos gostos e pela nossa amplitude de raciocínio – nosso conhecimento de mundo.


Os homens – criatura mortais e vulneráveis às falhas da vida (que para nós viventes é a doença e a morte) – muitas vezes não dão importância ao fator “sorte” , ou conhecido também por “sexto sentido”, que transpassa por nós como uma trança no cabelo - emaranhado de fios , um para lá, outro para cá, curvas, fios perdidos pelo caminho - até chegar ao fim com um belo laço de fita. A sorte, então, é o laço de fita cor-de-rosa ou é a perspicácia do caminho?


Assim, a nossa sorte está mais ligada a nossa capacidade de escolha através de um conhecimento de mundo que abranja aquela realidade exposta no exato momento do ato ou a algo ligado a fenômenos receptivos do além. Isso, no entanto, é algo que a ciência não explica. As ciências humanas levam a crer, não obstante, num tipo de crença que transforma a dúvida em uma esperança alcançável, mas não há certezas.


Embora as culturas populares julgarem a sorte ser algo além de nossa concepção no mundo corpóreo, os resultados são visíveis. Por isso da sorte ser um elemento significante e essencial nas nossas vidas. Ou seja, na falta da razão, entra a emoção receptiva da intuição do nosso inconsciente que por causa de algo ou alguém gerou tal informação.


Talvez a sorte exista é na nossa linguagem.


Tamirez Paim,
Viamão, 16 de julho de 2009.

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