Que raio de mulher!
A Separação Ela disse adeus a mim naquela manhã azulada de dezembro. Era princípio de verão , no ar o cheiro d’água que evaporava do pequeno lago em frente ao nosso lar doce lar. Pelo menos era pra ser, mas não foi. Ou foi? Não sei dizer ao certo. Ela me deu tchau sem muitas explicações plausíveis. Só gritava aquele raio de mulher. E eu ali, jogado às moscas sem nenhuma ação e estático. As forças tinham se esvaído de mim como torneira quando abre . Tempos bons que passam. Fazer o quê? Eu poderia me questionar. Ir lá correndo atrás dela gritando : Pelo amor de Deus, volta! Volta sua sem razão. É! E ela deu jeito de voltar? Eu tentava ser ao máximo delicada com ela; as palavras, no entanto, não saiam tão poéticas assim. A raiva já tinha enraizado nossas sutilezas e eu não conseguia mais me controlar. Só o relógio fazia isso, e mesmo assim eu vivia atrasado. Era tudo problemas, milhares deles sem soluções. E o que ela resolveu fazer : FUGIR! Tão prática e tão formosa, tal como um mam...