Lampejo de Amor


Ela sentia já falta dos encontros saborosos e temidos programados e dos ao acaso durante as semanas. As aulas haviam terminado e logo começariam novamente. Existia nela uma “saudade esquisita temperada de esperança, desconfiança, temor e suave desespero”. Ela não chegaria a saber daquele amor, se não por sua primaveril imaginação.

“Tudo aquilo tinha um gosto de romance, um romance que (ela) escrevia com a imaginação, com o desejo, já que a vida se recusara a dar-lhe um romance de verdade”.

Ela estava um tanto desgostada de toda a situação, talvez devesse ter mantido em sigilo seu vergonhoso desejo. Na sua mente, aquilo não se fazia, mas por ímpeta e fervorosa ambição, por breves momentos de coragem, assumiu as conseqüências, sentindo-se muito travessa e muito envergonhada, uma mistura de arrependimento e destreza ao mesmo tempo.
Sentia-se cansada de tanto pensar, a dor nas idéias a perturbava. Agora ela poderia ser mais moleca, era tudo uma questão de presença, de parecer uma menina-muher. Coisa tal que não conseguia. Era um anjo às avessas e uma garotinha sapeca , com sorriso bobo e olhos de pervertida.
Tudo era loucura e a tinha feito. Ela só queria saber como seria. Se realmente teria provocado os sentimentos dele com sua modesta presença. A autoria das palavras foram um tanto ousadas. A resposta foi um consolo , um alívio e uma saudade, teria acabado o sonho? Provavelmente, sim! Agora era seguir em frente. Aliás, o baile segue ! Há! Ela estava apaixonada, que bom.

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