A Falta de Tempo e de Silêncio
As horas passam rápidas. Mal dá tempo para vivê-las. Cochilar por alguns instantes é perder a noção do perigo. Dormir por horas consecutivas é perder o dia que rodopia. Por isso, talvez, só sirva a madrugada para não ter vida. É nesse momento que os homens juntos dormem esperando para a sabatina de mais um dia. O Mundo então vai acordando e vivendo o tempo o qual os deuses criaram.
E como ter tempo num mundo sem tempo para si mesmo. Esse Mundo o qual procede de forças que desconhecemos – sobrenaturais –, pois, apenas, cientificamente descrevemos e misticamente acreditamos nas teses e nas crenças contadas por nós mesmos no decorrer dos séculos. Por esse motivo é que vivemos um mundo extrapolado de mentiras, pois nem mesmo mais o próprio Mundo se reconhece. E, conforme vamos refutando a existência da vida prática em função dos sentimentos, vamos nos alienando em função do tempo.
Se mal existe o tempo, creio que o silêncio também não. Não esse silêncio da vida moderna, mas aquele transparente como a água e sereno de tempos passados. São tantos os ruídos do mundo moderno que não mais escutamos nossos próprios sons. Não mais escutamos nossos corações.
Quando eu uso protetores auriculares, eu entro em transe, porque incrivelmente me hipnotizo com as batidas do meu coração. Sinto que algo vibra dentro de mim longe do meu controle consciente. Logo, a vida também é assim. Nós achamos que a controlamos, mas basta parar um pouco para percebermos que somos só uma pecinha em seu poderoso e encastoado sistema de engrenagem. A verdade é que já perdemos o controle do tempo e do silêncio sobre o nosso mundo.
O tempo, porém, é um só e o mesmo que foi sempre. Nós, por causa da ganância, fomos quem laçamos o tempo e o aprisionamos nos relógios. É idade para isso, tempo para aquele outro. Há o tempo para casar, para começar a trabalhar, para ser feliz e para almoçar. Não existe tempo para a alma falecer, apenas para o corpo morrer. Não há mais tempo para dormir no sofá, muito menos para brincar de namorar, só aquele viciado em trocas e em contas para pagar.
O mundos estão doentes. Não há mais tempo para o tempo nem silêncio para o silêncio. Vivemos a era da pressa e da solidão, segundo mais um nos atrapalha, menos um nos entristece. O Tempo não criou estaca, mas nós paramos em função dele. E ainda culpamos o Tempo pela nossa falta de tempo.
Viamão, 18 de maio de 2009.
Tamirez Paim
E como ter tempo num mundo sem tempo para si mesmo. Esse Mundo o qual procede de forças que desconhecemos – sobrenaturais –, pois, apenas, cientificamente descrevemos e misticamente acreditamos nas teses e nas crenças contadas por nós mesmos no decorrer dos séculos. Por esse motivo é que vivemos um mundo extrapolado de mentiras, pois nem mesmo mais o próprio Mundo se reconhece. E, conforme vamos refutando a existência da vida prática em função dos sentimentos, vamos nos alienando em função do tempo.
Se mal existe o tempo, creio que o silêncio também não. Não esse silêncio da vida moderna, mas aquele transparente como a água e sereno de tempos passados. São tantos os ruídos do mundo moderno que não mais escutamos nossos próprios sons. Não mais escutamos nossos corações.
Quando eu uso protetores auriculares, eu entro em transe, porque incrivelmente me hipnotizo com as batidas do meu coração. Sinto que algo vibra dentro de mim longe do meu controle consciente. Logo, a vida também é assim. Nós achamos que a controlamos, mas basta parar um pouco para percebermos que somos só uma pecinha em seu poderoso e encastoado sistema de engrenagem. A verdade é que já perdemos o controle do tempo e do silêncio sobre o nosso mundo.
O tempo, porém, é um só e o mesmo que foi sempre. Nós, por causa da ganância, fomos quem laçamos o tempo e o aprisionamos nos relógios. É idade para isso, tempo para aquele outro. Há o tempo para casar, para começar a trabalhar, para ser feliz e para almoçar. Não existe tempo para a alma falecer, apenas para o corpo morrer. Não há mais tempo para dormir no sofá, muito menos para brincar de namorar, só aquele viciado em trocas e em contas para pagar.
O mundos estão doentes. Não há mais tempo para o tempo nem silêncio para o silêncio. Vivemos a era da pressa e da solidão, segundo mais um nos atrapalha, menos um nos entristece. O Tempo não criou estaca, mas nós paramos em função dele. E ainda culpamos o Tempo pela nossa falta de tempo.
Viamão, 18 de maio de 2009.
Tamirez Paim
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